Idosos devem se preparar para a aposentadoria |
Aposentar deveria ser um momento
da vida de, além de descansar o corpo e a mente, aproveitar as delícias que a
vida proporciona depois dos 60, 65 anos. No entanto, a situação dos aposentados
no Brasil e no mundo não é nada animadora, considerando àqueles que dependem
exclusivamente da Previdência Social para ter uma renda.
Em uma matéria veiculada
recentemente pelo Jornal da Cidade de Bauru, no caderno Segunda-Feira, foi
divulgada uma pesquisa internacional que realizou um levantamento no segmento
da previdência social e aposentadoria em 15 países: Alemanha, Austrália,
Brasil, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Hungria,
Índia, Japão, Polônia, Reino Unido e Turquia. Esta pesquisa analisou o nível de
preparação da população de cada nação para a aposentadoria, em uma escala de 0
a 10 e a média global foi de 5,9, considerada pouca preparação. A liderança
ficou com a Índia, com nota 7, índice considerado de média preparação.
Este foi o quarto ano da
pesquisa, realizada pela Mongeral Aegon, e a segunda oportunidade em que o
Brasil é incluído. Nos 15 países analisados, foram entrevistadas 16 mil
pessoas, sendo 14,4 mil trabalhadores ativos e 1,6 mil aposentados. No nosso
país, foram ouvidas 1 mil pessoas e a nota apresentada pelos brasileiros foi de
6,7, preparo médio para a aposentadoria.
Analisando este estudo, avalio
que até mesmo os países altamente desenvolvidos também enfrentam dificuldades
para manter o pagamento da aposentadoria aos seus idosos, com desequilíbrio nas
contas previdenciárias. É o mesmo problema pelo qual passamos no Brasil há
anos.
Tomo a liberdade para sugerir uma
alteração constitucional que visa recuperar a defasagem nos benefícios dos
aposentados. Para que todos beneficiários pudessem manter um poder aquisitivo
com dignidade, sugiro que fosse institucionalizada uma contribuição de todos os
aposentados em 11% para a Previdência Social, exceto àqueles que recebem o
salário mínimo, nos mesmos moldes que os trabalhadores ativos contribuem, com o
objetivo de recuperar as perdas salariais arrochadas pelo Fator Previdenciário.
Por exemplo, com esta regra,
quando me aposentei em 1984 anos com 8,4 salários e que hoje, com a política de
reajuste salarial, o valor do meu benefício não chega a quatro salários, se já
fosse descontado diretamente do meu pagamento 11% referente à contribuição
previdenciária, acredito que as contas da Previdência Social não estivessem tão
desequilibradas e o cálculo dos salários se manteria no patamar real, sem
sofrer desvalorização. Vejam se o salário dos políticos sofreu qualquer tipo de
desvalorização nesses anos. Claro que não.
Mario da Paz Pereira, Presidente da Associação
dos Aposentados de Bauru
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