A cada dois anos, quando são realizadas eleições no Brasil para todas as esferas governamentais, municipais, estaduais e federal, um termo tem se tornado popular e foi apropriado pela população e, principalmente, pela imprensa – FAKE NEWS.
Literalmente, traduzindo do inglês, o termo significa
Notícia Falsa. Conceituando dentro das teorias no jornalismo, se é notícia, não
pode ser considerada falsa, já que se pressupõe que aquele conteúdo demandou
apuração, entrevistas, checagem e descreve fatos concretos e verdadeiros.
Mas, de forma intencional, muitas pessoas criam conteúdo de
texto, foto e vídeo comprovadamente falso com o objetivo de confundir outras
pessoas. Estas Fake News imitam o visual e o estilo do texto de sites de
notícias e levam as pessoas ao engano.
A jornalista e professora de graduação do curso de jornalismo, Dra. Liliane de Lucena Ito, traz um contexto histórico quanto às Fake News. Na Segunda Guerra Mundial, o partido Nazista usou do artifício da Fake News em sua propaganda de guerra para manipular a população alemã a apoiar todas as decisões do governo.
“O objetivo era alienar a população para manter o controle
da massa quanto ao massacre que foi empregado contra os judeus. Ou seja, foram
criados conteúdos falsos e com a clara intenção de enganar a população entre os
anos 30 e 40”, explica.
Mais recente, o termo ganhou força e notoriedade nas
eleições presidenciais para os Estados Unidos em 2016, quando Donald Trump foi
eleito presidente. O então candidato utilizou das plataformas digitais, como o
Facebook, para disseminar entre o grupo simpático às suas ideias, conteúdos
falsos dos outros candidatos à presidência.
Em 2018, a eleição presidencial do Brasil também foi marcada
por notícias falsas geradas pelas campanhas de todos os candidatos.
Facilidade de compartilhar
Liliane atribui ao celular e à conectividade com a internet
a facilidade com que estes conteúdos falsos são compartilhados nos dias de
hoje. “Quando acordamos, a primeira coisa que fazemos é verificar o celular, as
mensagens recebidas durante a noite e correr os olhos nas notificações das redes
sociais. Com esta conectividade, o ato de compartilhar uma notícia falsa
recebida, por exemplo, pelos WhatsApp, é intuitiva, simples e rápida. Assim, é
comum este compartilhamento para outras pessoas sem checar a veracidade daquele
conteúdo”, comenta.
A professora universitária dá algumas dicas, principalmente
aos idosos, de como verificar a veracidade do conteúdo recebido pelas redes
sociais em época de eleições:
1- Procure a notícia que você recebeu nos sites
oficiais dos veículos de comunicação
2- Fique atento para títulos muito sensacionalistas
ou absurdos
3- No WhatApp, quando um conteúdo é compartilhado
muitas vezes, vem um aviso em cima da mensagem: encaminhada com frequência,
que quer dizer que aquele conteúdo já foi compartilhado muitas vezes. Desconfie
desta mensagem e cheque a veracidade
4- Há, também, a manipulação de fotos. Se tiver
dúvida, pergunte a um filho ou neto se ele consegue identificar alguma montagem
naquela foto
5- Outra forma de Fake News hoje em dia são os
vídeos manipulados, chamados de Deep Fake, que imitam a voz e usam o rosto de
outra pessoa por meio de inteligência artificial e programas de computador. Se
aquela declaração lhe parecer absurda partindo daquela pessoa, é provável que o
vídeo seja falso
6- Não confie nas mensagens originadas apenas das
pessoas que você segue e se simpatiza. É importante ver e ouvir outro lado,
independentemente da sua ideologia política
7- Assista mais de um telejornal. Os veículos de
comunicação possuem inclinações políticas e interesses comerciais diversos.
Busque o máximo de informação na imprensa oficial
8- Antes de compartilhar com os seus conhecidos,
sempre cheque a informação
Nenhum comentário:
Postar um comentário