quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Eleições 2022: cuidados com as fake news

 

A cada dois anos, quando são realizadas eleições no Brasil para todas as esferas governamentais, municipais, estaduais e federal, um termo tem se tornado popular e foi apropriado pela população e, principalmente, pela imprensa – FAKE NEWS.

Literalmente, traduzindo do inglês, o termo significa Notícia Falsa. Conceituando dentro das teorias no jornalismo, se é notícia, não pode ser considerada falsa, já que se pressupõe que aquele conteúdo demandou apuração, entrevistas, checagem e descreve fatos concretos e verdadeiros.

Mas, de forma intencional, muitas pessoas criam conteúdo de texto, foto e vídeo comprovadamente falso com o objetivo de confundir outras pessoas. Estas Fake News imitam o visual e o estilo do texto de sites de notícias e levam as pessoas ao engano.

A jornalista e professora de graduação do curso de jornalismo, Dra. Liliane de Lucena Ito, traz um contexto histórico quanto às Fake News. Na Segunda Guerra Mundial, o partido Nazista usou do artifício da Fake News em sua propaganda de guerra para manipular a população alemã a apoiar todas as decisões do governo.

“O objetivo era alienar a população para manter o controle da massa quanto ao massacre que foi empregado contra os judeus. Ou seja, foram criados conteúdos falsos e com a clara intenção de enganar a população entre os anos 30 e 40”, explica.

Mais recente, o termo ganhou força e notoriedade nas eleições presidenciais para os Estados Unidos em 2016, quando Donald Trump foi eleito presidente. O então candidato utilizou das plataformas digitais, como o Facebook, para disseminar entre o grupo simpático às suas ideias, conteúdos falsos dos outros candidatos à presidência.

Em 2018, a eleição presidencial do Brasil também foi marcada por notícias falsas geradas pelas campanhas de todos os candidatos.

Facilidade de compartilhar

Liliane atribui ao celular e à conectividade com a internet a facilidade com que estes conteúdos falsos são compartilhados nos dias de hoje. “Quando acordamos, a primeira coisa que fazemos é verificar o celular, as mensagens recebidas durante a noite e correr os olhos nas notificações das redes sociais. Com esta conectividade, o ato de compartilhar uma notícia falsa recebida, por exemplo, pelos WhatsApp, é intuitiva, simples e rápida. Assim, é comum este compartilhamento para outras pessoas sem checar a veracidade daquele conteúdo”, comenta.

A professora universitária dá algumas dicas, principalmente aos idosos, de como verificar a veracidade do conteúdo recebido pelas redes sociais em época de eleições:

1-     Procure a notícia que você recebeu nos sites oficiais dos veículos de comunicação

2-     Fique atento para títulos muito sensacionalistas ou absurdos

3-      No WhatApp, quando um conteúdo é compartilhado muitas vezes, vem um aviso em cima da mensagem: encaminhada com frequência, que quer dizer que aquele conteúdo já foi compartilhado muitas vezes. Desconfie desta mensagem e cheque a veracidade

4-       Há, também, a manipulação de fotos. Se tiver dúvida, pergunte a um filho ou neto se ele consegue identificar alguma montagem naquela foto

5-      Outra forma de Fake News hoje em dia são os vídeos manipulados, chamados de Deep Fake, que imitam a voz e usam o rosto de outra pessoa por meio de inteligência artificial e programas de computador. Se aquela declaração lhe parecer absurda partindo daquela pessoa, é provável que o vídeo seja falso

6-       Não confie nas mensagens originadas apenas das pessoas que você segue e se simpatiza. É importante ver e ouvir outro lado, independentemente da sua ideologia política

7-       Assista mais de um telejornal. Os veículos de comunicação possuem inclinações políticas e interesses comerciais diversos. Busque o máximo de informação na imprensa oficial

8-       Antes de compartilhar com os seus conhecidos, sempre cheque a informação


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