Desde a década
de 70 muitos estudos relacionam o humor à saúde, eles mostram que o riso e o
bom humor são, muitas vezes, terapêuticos e funcionam como poderosos
medicamentos. O riso é um fenômeno universal, faz parte do ser humano e
ultrapassa qualquer cultura, tempo e idade.
O bom humor e a
alegria beneficiam fisicamente e psicologicamente. Diversas pesquisas revelam
que o riso estimula a produção de endorfina, o hormônio do bem-estar. É
responsável por diminuir o cortisol e o estresse, tem efeitos cardiovasculares
semelhantes a exercícios aeróbicos, aumenta a tolerância à dor e melhora o
sistema imunológico.
Já á visão da
Psicologia Analítica entende que a psique é composta por pares de opostos que
juntos formam o todo – comparativamente as ideias do Taoismo (Ying – Yang). Se
entendermos a alegria como um pólo e a tristeza como outro, o humor funciona
como eixo, tendo por polaridades estes opostos.
Em uma
determinada situação, um dos pólos pode ser constelado na consciência, isto é,
pode estar mais presente na consciência, pode invadi-la; em contrapartida o
outro pólo ocupa um espaço menor. Dessa forma, se estamos alegres, está
constelado na consciência o pólo da alegria, consequentemente, o espaço na
consciência do pólo da tristeza está menor e vice-versa.
Portanto é
absolutamente normal e saudável vivenciarmos tanto a tristeza quanto a alegria.
De uma maneira simplificada, o importante para o equilíbrio psíquico é que a
constelação de um pólo não impeça a vivência com o outro pólo. Caso, o ego
fique possuído pela alegria e perca totalmente o contato com o pólo da
tristeza, pode haver a euforia, em sentido contrário pode haver a depressão.
Não pretendemos
dizer que as pessoas devam procurar estar felizes e rindo sempre, mas sim que
não se deve perder essa qualidade do ser humano. Vivenciar e lidar com a
tristeza é também extremamente importante, mas, principalmente em nossa
sociedade – que ainda carrega estigmas fortes e negativos da velhice e do idoso
– é de grande importância resgatar o bom humor e o riso.
A velhice é
comumente associada a uma fase de declínio, depressão, tristeza, falta de
felicidade e perspectiva. O bom humor e o riso neste período podem “quebrar”
com o movimento instalado e trazer, mesmo que por pouco tempo, uma nova ordem,
lembrando ao idoso que há outros aspectos e que nem tudo está perdido. Seria
extremamente insuportável para o indivíduo não vivenciar o senso de humor, isto
possivelmente abriria portas para doenças.
Quando abrimos
espaço para o bom-humor, podemos aumentar inclusive o campo da nossa própria
reflexão. Corpo e mente estão tão interligados que um interfere no outro
sincronicamente. Aquilo que é do campo bioquímico e aquilo que é do campo
psíquico agem, ao mesmo tempo, um influenciando o outro, não sendo possível
separá-los.
As relações e
trocas com pessoas, animais, lazer, atividade física e afetos são extremamente
benéficas e podem contribuir para a melhora do bom humor. É importante sabermos
definir aquilo de que gostamos e sentimos prazer e acrescentar isto em nossa
rotina. Pode ser um lugar, uma atividade, uma companhia, uma música, uma
comida, entre outros.
Costumamos dizer
a nossos clientes que lazer e risada também são remédios, tão importantes
quanto aqueles prescritos pelos médicos. Nem o prazer, nem o desejo se extinguem
na velhice, portanto devemos estar atentos se estamos nos permitindo vivenciar
estes aspectos ou estamos ignorando-os e escondendo-os de nós mesmos.
“Quando o riso
ajuda sem prejudicar, quando ele alivia, reorganiza, põe em ordem, reafirma a
força e o poder, esse é o riso que gera a saúde. Quando o riso deixa as pessoas
alegres por estarem vivas, felizes por estarem aqui, com maior consciência do
amor, elevadas pelo erros, quando ele desfaz sua tristeza e as isola da raiva,
ele é sagrado. Quando elas se tornam maiores, melhores, mais generosas, mais
sensíveis, ele é sagrado.” (ESTES, 1999)
Fonte: Portal Vida e Equilíbrio (http://vidaequilibrio.com.br/a-importancia-do-bom-humor-na-terceira-idade)
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